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Um presente para você: o livro “Pantanais Matogrossenses (Devassamento e Ocupação) de 1946 4b2i1q

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Capa do livro Pantanais Matogrossenses

O livro Pantanais Matogrossenses (Devassamento e ocupação) de Virgílio Corrêa Filho, publicado em 1946 pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Uma pesquisadora da Ecoa (Silvia Santana) o encontrou em um sebo no Rio de Janeiro há alguns anos. 4s2df

Na apresentação o presidente do IBGE à época, Heitor Bracet, afirma que o livro fixa “aspectos geográficos bem como as feições singulares que este meio [Pantanal] peculiaríssimo imprimiu às manifestações humanas ocorrentes em seu interior”, o que nos remete a outra publicação histórica: a de Cabeza de Vaca, no século XVI e seu encontro com a diversidade de povos indígenas.

Uma agem real até hoje e engraçada é a registrada por Virgílio na página 71 sobre a “mosquitaria”: “……contribuíam para molestar os pioneiros, que de mais a mais sofriam sem remédio as sangrias sem fim causadas pelos insetos hematófagos, cujos enxames se multiplicam nas quadras propícias.

Ainda hoje ….. a supremacia sinistra do agressor alado, que pousa aos bandos na pele do paciente, perfura-o com o seu órgão sugador para lhe chupar gulosamente o sangue.

Entra-lhe pelos ouvidos, pelas narinas, e até pela boca, na hora das refeições, quando aberta rapidamente para receber a comida, com a qual se mistura a maneira de condimento inesperado.

Os próprios quadrúpedes definham em curto prazo, ou buscam proteção nas aguadas e lameiros em que se chafurdam os suínos.

……..

Exaustos deixam de pastar … e por fim sucumbem, se não podem afastar-se da orla malignada pelo minúsculo inimigo, individualmente débil, mas invencível pelo número assombroso de suas legiões alucinantes.

Para lhe conter a fúria agressiva fez-se mister o uso de mosquiteiro, protetor de redes, mais frequentemente usadas do que as simples camas, e a fumaça no interior das habitações, cujo ambiente se tornava tão incômodo que os insetos não lhes resistiam ….. desprezando as vítimas que se contentassem em respirar o ar viciado, para lhes evitar as sangrias debilitantes”.

Os Paiaguás 495e3l

Os Paiaguás resistiram duramente aos portugueses, os acossaram e contra eles lutaram por meio século e o fizeram até o entorno de Cuiabá, onde uma vila surgiu após a descoberta de ouro em 1718.

No livro chama a atenção as caracterizações que destina o autor aos paiaguás. Algumas delas: vingativos, intratáveis, cruéis, estrategos, personificavam a resistência pertinaz e destruidora.

Vários outros povos são registrados com diferentes abordagens.

O livro 1e4pw

Resolvemos digitalizar e apresentar este livro por sua importância histórica, com vários registros sociais, econômicos, políticos e ambientais fundamentais, contribuindo para entender o Pantanal de hoje – inclusive quanto às onças, tão em evidência atualmente. Um registro: o olhar geral é o daqueles que colonizaram o território ao longo dos séculos, excluindo os povos originários.

e livro Pantanais Matogrossenses.

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