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Na busca de fontes renováveis e sustentáveis, o uso de energia solar vem ganhando espaço no mundo inteiro de duas formas: uma mais sofisticada, através dos painéis fotovoltaicos que convertem a radiação solar em energia elétrica; e uma mais simples, que usa placas coletoras no aquecimento da água pela radiação solar. “Nós criamos um solar híbrido, que é uma tecnologia capaz de gerar as duas coisas – eletricidade e água quente – com um sistema único, aproveitando melhor a energia e reduzindo custos”, explica Henrique Hipólito, formado em Engenharia Mecânica pela Universidade Federal de Santa Catarina, onde desenvolveu o projeto sob orientação do professor Sergio Colle.
No sistema fotovoltaico tradicional, apenas por volta de 15% da radiação solar é convertida em eletricidade; o resto se perde em forma de calor. No solar híbrido, esse calor é aproveitado para esquentar água até a temperatura para o consumo. “Com essa tecnologia, cerca de 80% da radiação solar a a ser convertida em energia útil, na eletricidade e na água quente. Há ganhos ainda na eficiência energética e na durabilidade dos painéis fotovoltaicos. E uma vantagem de espaço, porque reduz a ocupação dos telhados, pois é um dois em um”, acrescentou Hipólito que esteve no Rio esta semana para receber o Prêmio Odebrecht de Desenvolvimento Sustentável, em cerimônia no Museu do Amanhã.
O prêmio não é o primeiro conquistado pela Soluz Energia, startup criada, ano ado, por Henrique Hipólito e o francês Loic Tachon, seu colega de universidade, para desenvolver a tecnologia do solar híbrido. A Soluz foi uma das 100 empresas selecionadas pelo Programa Sinapse da Inovação, do Sebrae; ganhou o edital Sesi/Senai de Inovação 2015; foi classificada entre as 100 Startups mais atraentes do Brasil; pelo Movimento 100 Open Startups, conquistou o Prêmio Engie de Inovação; e, no começo do semestre, foi selecionada para o programa de aceleração InovAtiva Brasil, do Ministério da Indústria e Comércio em parceria com Sebrae e Senai.
O solar híbrido foi alcançado com o acoplamento de um trocador com circulação de água na parte inferior do fotovoltaico: parte do calor que era desperdiçado – e esquentava o e o ambiente – ou a esquentar água. Na verdade, aram a ser dois painéis acoplados. O modelo experimental foi desenvolvido no laboratório da UFSC. Projetos-piloto foram testados em Belo Horizonte e Florianópolis. “O mesmo , com a nossa tecnologia acoplada, gera até mais 20% de energia, gera água quente, economizando até 30% na conta de energia e, sempre lembrando, economiza espaço nos telhados”, assegurou Henrique Hipólito.
A Soluz começa a produzir seus painéis híbridos em Florianópolis no começo de 2017 e já tem empresas parceiras para fazer sua tecnologia entrar no mercado de energia solar. Mas a tecnologia do novo pode ser também o caminho para a energia solar virar rotina em projetos de casas populares, quase sempre com telhados limitados, e torná-los autossuficientes em energia elétrica e água quente – o que antes exigia gastos dobrados em logística, instalação e manutenção.
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