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No Pantanal, rio Miranda é fechado por restos de desmatamento 65154

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rio miranda - pantanal - desmatamento - janeiro.2020
Rio Miranda fechado por restos de desmatamento. Foto: Nilza Bandeira /APAIM

Depois de serem surpreendidos com um trecho do rio Miranda, no Pantanal, ‘trancado’ por galhos, troncos de árvores e barro no último sábado (10), pescadores artesanais da região denunciam o desmatamento e as queimadas, que afetam diretamente as populações de peixes do Pantanal. 683yh

Em fotografias e vídeos enviados a Ecoa, o que se vê é uma enorme quantidade de matéria vegetal seca e barro acumulado sob a ponte do Rio Miranda, provavelmente carreado pelas chuvas.

Os pescadores, que tem no rio Miranda seu território de pesca e de vida, associam o fato ao desmatamento de matas ciliares. Guardiões do rio, há anos eles testemunham e denunciam agressões aos recursos naturais da região, e pedem por maior fiscalização ambiental.

“Isso não é de Miranda, isso não é da ponte. Isso é lá de cima, dos grandes plantios de soja, de milho, da própria pecuária sem nenhum controle” – Liezé Xavier, pescador e presidente da Associação de Pescadores Artesanais de Iscas de Miranda (APAIM).

Os pescadores também contestam a validade do decreto Cota Zero perante a atual situação. Em fevereiro de 2019 o governo estadual anunciou a medida sob a justificativa inconsistente de que a pesca seria a atividade causadora da diminuição de cardumes no Pantanal.

VEJA MAIS – Recomendação do Ministério Público Federal pede suspensão temporária do Cota Zero

“Como ele [Reinaldo Azambuja] quer controlar, ou acabar com a pesca como ele quer se não fazer esse controle ambiental que é da maior importância para todo segmento, não só para pesca mas para a própria água, que é o bem natural de todos?”, questiona Liezé.

Um laudo técnico divulgado pelo Instituto de Meio Ambiente de Mato Grosso do Sul (Imasul) aponta o ocorrido como um fenômeno natural que ocorre anualmente, agravado neste ano pela forte estiagem de 2019 e altas precipitações, entre outros fatores.

Mas para o biólogo e diretor presidente da ONG Ecoa, André Siqueira, entre os diversos flagrantes de agressões aos recursos naturais da Bacia do Alto Paraguai – que acompanha há pelo menos 15 anos – o aumento do desmatamento é que mais tem se destacado. Segundo ele, a bacia do Miranda enfrenta enormes desafios com o avanço da soja na região e o fim do Zoneamento da Cana no Pantanal.

Dados divulgados pelo Programa DNA Ambiental, do Ministério Público Estadual de Mato Grosso do Sul, mostram que dos quase 30 mil hectares desmatados no Pantanal e Cerrado próximos a região de Miranda, cerca de 43% é ilegal.

“O que aconteceu mostra o tamanho da complexidade dos problemas que ainda temos e que foram denunciados pelos pescadores. É necessário que o governo estadual e órgãos fiscalizadores continuem as investigações, e o Ministério Público acompanhe essas ações.” – André Siqueira, biólogo e diretor presidente da ONG Ecoa.

VEJA TAMBÉM – Rio do Pantanal aparece encoberto por material orgânico após chuvas intensas na região

Luana Campos p6n4x

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