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Levantamento de informações sobre pesca monitora atividade na região pantaneira 6f147

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Fonte: Embrapa Pantanal, em 08 de julho de 2016. 5ko67

Equipe de pesquisadores avalia os dados obtidos pelo Sistema de Controle da Pesca de MS

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Nicoli Dichoff – Equipe de pesquisadores avalia os dados obtidos pelo Sistema de Controle da Pesca de MS

Pesquisadores da Embrapa Pantanal e Instituto de Meio Ambiente do Mato Grosso do Sul – Imasul concluem entre julho e agosto deste ano as análises de dados obtidos pelo Sistema de Controle da Pesca de Mato Grosso do Sul – Sesca/MS em 2015. As informações são coletadas por meio das Guias de Controle de Pescado (Gs), preenchidas pela Polícia Militar Ambiental (PMA) durante as vistorias de pescado no estado. Dessa forma, os pesquisadores monitoram a atividade pesqueira, tanto profissional quanto amadora, na Bacia do Alto Paraguai.

“O primeiro índice que nos chama a atenção é o número de guias preenchidas. Em 2014 foram emitidas 4.140 Gs. Em 2015, esse número subiu 27% e foi para 5.259 guias”, afirma Agostinho Catella, pesquisador da Embrapa Pantanal. Ele e as biólogas Fânia Campos e Selene Albuquerque, fiscais ambientais do Imasul, são responsáveis por avaliar os dados recolhidos anualmente pelo 15º Batalhão da PMA/MS. “Nós percebemos que esse aumento aconteceu, principalmente, em função do maior número de registros da pesca profissional artesanal”, afirma.

Pesquisadores avaliam os dados obtidos pelo Sistema de Controle da Pesca de MS.
Pesquisadores avaliam os dados obtidos pelo Sistema de Controle da Pesca de MS.

De acordo com Fânia, o número de pescadores profissionais subiu de 1.921 em 2014 para 3.759 em 2015. “Para renovar a autorização ambiental, todos os pescadores profissionais precisam comprovar que estavam em atividade, comercializando ou transportando o pescado. Uma maneira é apresentar a Guia de Controle de Pescado, que comprova que aquele material é fruto de seu trabalho”.

Embora o registro de pescadores profissionais tenha subido consideravelmente, Agostinho esclarece que esse aumento não teve o mesmo impacto na quantidade total de pescado capturado pela categoria. “Apesar do número de pescadores ter praticamente dobrado, a captura teve um incremento de 32%: subiu de 136 toneladas em 2014 para 180 toneladas em 2015. Nós percebemos que isso aconteceu em função do aumento dos pequenos desembarques de pescado. Os pescadores que capturam pequenas quantidades foram aqueles que aram realizar registros com mais frequência, aumentando a emissão de guias”.

Ainda de acordo com os dados levantados pelos pesquisadores, houve um pequeno aumento de pescadores amadores registrados: o número ou de 13.242 em 2014 para 13.647 em 2015. A captura de pescado da categoria subiu de 170 para 183 toneladas. Já a quantidade total de pescado capturado por ambas as categorias foi de 306 toneladas em 2014 para 363 toneladas no ano ado, com 19% de aumento. As espécies mais capturadas foram cachara, pintado e pacu, nesta ordem. A equipe de pesquisa constatou também um maior rendimento da pesca amadora (a quantidade de pescado capturado em quilogramas por pescador e por dia de pesca). De acordo com Agostinho, em sete dos oitos meses de pesca de 2015, o rendimento foi maior do que no ano anterior.

Influência das cheias

O pesquisador destacou que a quantidade de peixes no ambiente, assim como o rendimento da pesca, estão diretamente relacionados à intensidade das inundações do Pantanal. “Quanto maior é a área inundada, maior se torna o ambiente para alimentação, abrigo e crescimento dos peixes. Em 2013 houve uma cheia mediana de 4,26 metros, mas em 2014 nós tivemos uma grande cheia, com pico de 5,42 metros no rio Paraguai (marcado na régua de Ladário, MS). Em 2015, esse pico foi de 4,60 metros – ou seja, uma cheia razoável. O Pantanal encheu nos três últimos anos e esse é um bom cenário para os peixes. Os aumentos que estamos vendo na pesca são uma resposta a essas grandes inundações – principalmente à de 2014, que se refletiu em 2015”, diz o pesquisador.

Agostinho ressalta que, embora alguns parâmetros analisados no Sesca/MS 2015 tenham apresentado crescimento em relação a 2014, esses números estão dentro da normalidade para a região pantaneira. A bióloga Selene Albuquerque pontua que, no momento, a equipe realiza apenas as primeiras análises dos dados de 2015. “Estes dados vão se juntar aos anteriores para embasar estudos sobre das tendências de médio e longo prazo da pesca”, afirma. Selene destaca, ainda, que essas atividades só são possíveis graças à parceria firmada entre as instituições envolvidas. “O trabalho da PMA, por exemplo, é extremamente importante porque a coleta de dados é feita pela corporação em todo o estado”, afirma. “Acho fundamental atuarmos juntos e dar continuidade a esse trabalho, que já tem mais de 20 anos”.

O boletim completo contendo as últimas análises do Sesca deverá ser lançado até o final de 2016.

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