Laguna Cáceres seca no Pantanal boliviano 30611

5 minutos de leitura
Créditos: Nativa Bolívia

Via Observatorio Pantanal 3t5i3o

A Laguna Cáceres, também chamada de baía, já foi marcada por um vasto volume de água. Até alguns anos atrás, era uma magnífica amostra do Pantanal boliviano, com uma profundidade média de 5 metros e um espelho d’água de cerca de 30 km² que não ava despercebido por nenhum visitante. A última vez que foi vista com água foi em julho de 2019, depois vieram os grandes incêndios e uma seca como não se via em décadas.

Hoje, só existe vegetação e algumas áreas isoladas de água. Jacarés e capivaras dividem o espaço seco. Esse cenário de drástica mudança ambiental pode ser visto por qualquer pessoa que visite Puerto Suárez, onde há um mirante que adentrava na água da lagoa.

Em dezembro, a ong Nativa Bolívia, organização-membro do Observatorio Pantanal, alertou sobre a situação. Além das mudanças climáticas que contribuíram para a Laguna Cáceres ficar praticamente seca, outros fatores também favoreceram essa situação como, por exemplo, intervenções de infraestrutura pouco planejadas.

Os prejuízos ambientais e econômicos são imensos, pois a lagoa, além de ter grande valor de conservação da biodiversidade, faz parte do Parque Nacional e Área Natural de Gestão Integrada de Otuquis. Além disso, tem um papel estratégico para a economia boliviana, pela conexão com o rio Paraguai através do canal Tamengo.

Registro da Laguna Cáceres em 2021. (Foto: Nativa Bolívia)

A seca extrema que a lagoa enfrenta é algo que jamais tinha sido registrado em pelo menos meio século de acompanhamento das autoridades bolivianas locais. A situação de alerta ou a ter maior repercussão em setembro de 2021.

Os impactos diretos com relação à seca da lagoa estão concentrados, primeiro, em Puerto Suárez, pois a maior parte da Laguna Cáceres se localiza no município. O prefeito, Sebastián Hurtado, reconheceu que não há precedentes da atual situação. “Essa área secou mais do que em outros anos. Contamos com a chuva porque não temos outra opção. O Canal Tamengo é o mais prejudicado, porque é por ali que ingressam as embarcações”, declarou, em entrevista feita ao jornal El Deber.

Autoridades nacionais e locais bolivianas visitaram a Baía, no segundo semestre de 2021, e identificaram que são necessárias intervenções para que haja um melhor escoamento da água até a lagoa.

Segundo a deputada Luisa Nayar Sosa, uma das integrantes da comissão, foi constatado que o problema no local foi agravado por uma sedimentação que existe no canal Tamengo e também na baia do Tuiuiú, que fazem ligação com a lagoa. “Há cerca de 30 anos houve a explosão de uma grande pedra na região, porém esses sedimentos nunca foram retirados e agora eles estão dificultando a situação. É uma questão que envolve a participação do governo brasileiro atuar também”, explicou.

Logo depois da inspeção realizada ano ado, o documento foi elaborado e enviado ao governo federal boliviano para solicitar apoio brasileiro na questão. A deputada, em entrevista por telefone ao jornal Correio de Corumbá, explicou que houve encaminhamento para o Brasil sobre a realização de limpeza de sedimentos em áreas do canal Tamengo, bem como na baía do Tuiuiú. Apesar do pedido, ainda não existe uma resposta certa de quando essa obra deverá ocorrer.

Com informações do Jornal Correio de Corumbá e Editorial El Chajá

ecologiaeacao ggn

Deixe uma resposta Cancelar resposta 3v1h5y

Your email address will not be published.

Mais recente de Blog s1741

Rios do Pantanal: Bacia hidrográfica do Rio Sepotuba 1o5o5m

Texto originalmente publicado em 5 de outubro de 2020 Localização: A bacia hidrográfica do Rio Sepotuba abrange

A Hidrovia Paraná-Paraguai: atualizações 67b2c

Empresa da Argentina entrou em campo repentinamente, contratada por organização do “corredor Centro-Norte”. Artigos ‘estranhos’ sobre

A Justiça Federal de Corumbá determinou o bloqueio de mais de R$ 212 milhões de fazendeiros acusados de causar danos ambientais ao Pantanal 423e

A Justiça Federal de Corumbá determinou o bloqueio de mais de R$ 212.479.188,44 em bens de

Rios do Pantanal: Bacia Hidrográfica do rio Cabaçal 5d33v

Texto originalmente publicado em 2 de outubro de 2020 Localização: A bacia hidrográfica do rio Cabaçal está

Mel produzido pelas abelhas pode servir como um “marcador” da poluição 2zr1h

Via Jornal da USP Por Isabella Lopes O mel é uma substância produzida pelas abelhas a