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Indígenas brigadistas na linha de frente contra os incêndios no Pantanal 3p6rq

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Indígena brigadista da Aldeia Água Branca, em Nioaque (MS) - Foto: Manuela Nicodemos

Os povos originários são fundamentais para a conservação dos ecossistemas, fauna e flora do planeta. No Pantanal, um dos exemplos da atuação indígena em defesa da vida e do território são as brigadas para combate e prevenção a incêndios.   21o4i

No Mato Grosso do Sul, são cinco brigadas indígenas federais, contratadas pelo Prevfogo/IBAMA, três da etnia Terena e duas Kadiwéu. Criado em 2013 por um acordo de cooperação entre Ibama e Funai, o Programa Brigadas Federais une o conhecimento tradicional indígena ao apoio técnico e financeiro dos órgãos citados.  

Além delas, há também as brigadas indígenas voluntárias. Em articulação entre a Ecoa, a WWF-Brasil e o Prevfogo/Ibama, responsável pelo treinamento. Nos últimos anos, foram formadas nove brigadas indígenas voluntárias, das etnias Kinikinau e Terena.  

Brigadistas Indígenas Federais da Aldeia Limão Verde, de Amambai (MS) – Foto: Manuela Nicodemos

Márcio Ferreira Yule, Coordenador Estadual do PrevFogo/IBAMA, afirma que as brigadas indígenas se destacam pela eficiência no combate a incêndios. A atuação desses brigadistas é perceptível na diminuição de incêndios florestais na região pantaneira onde vivem. 

“Em alguns dos locais onde estão essas brigadas, a questão foi tão bem resolvida que ela virou de apoio, realiza combate muito mais em outras terras indígenas do que na sua própria terra, podendo citar como exemplo a brigada da Limão Verde, de Amambai (MS)”. 

Márcio Yule, coordenador do Prevfogo/IBAMA no Mato Grosso do Sul (Foto: Victor Hugo Sanches)

Gilson Pinheiro é líder do esquadrão formado na aldeia La Lima a partir da articulação realizada pela Ecoa com o Prevfogo/IBAMA e apoio do WWF-Brasil. A Aldeia onde o brigadista vive é formada a partir da mistura entre as etnias Kinikinau, Bororó, os Kadiwéu e Terena. 

Segundo Gilson, a defesa do território onde vive é um dos principais benefícios da formação das equipes de combate e prevenção ao fogo. “A formação das brigadas vem ao encontro do anseio da maioria da população indígena, que é defender o lugar onde a gente vive. Os brigadistas indígenas conhecem a aldeia e a região, sabem aonde ir, como fazer, onde pode combater”. 

Em suas vivências de manejo do meio ambiente, os povos tradicionais acumulam conhecimentos que, se levados em conta, podem ser benéficos para a conservação ambiental e o uso sustentável de recursos naturais.  

Formação de Brigada na Aldeia Mãe Terra, no Pantanal de Miranda (MS)

O combate aos incêndios é visto pelo brigadista Gilson como uma forma de atuar em defesa da natureza e do território.

“Se puder ajudar de alguma forma, a gente está pronto para lutar por amar a natureza como uma mãe, por ter esse vínculo grande com a comunidade também. O meu objetivo maior dentro da minha comunidade é prestar um serviço solidário, visando a atenção das crianças, preparação das crianças para o futuro, para ajudarem a cuidar do nosso rio, da nossa floresta”. 

Gilson Pinheiro, brigadista da Aldeia Lalima (Foto: Victor Sanches)

Márcio Yule também reforça que as brigadas indígenas possuem características que as destacam no combate a incêndios no Pantanal. “Primeiro, temos o conhecimento territorial que os indígenas têm da região. Isso diferencia bastante e é um fator bastante importante no reconhecimento, que é a primeira fase do combate a incêndio florestal. Também dá para citar o conhecimento tradicional do uso do fogo”. 

No caso dos Terena, o Coordenador do Prevfogo/IBAMA-MS também cita a ligação tradicional com a agricultura.  “Os Terena são agricultores e tem muita habilidade no uso de ferramentas que também são utilizadas no combate a incêndio florestal, como na abertura de linha de defesa, abertura de linha de controle, construção de aceiros e no próprio combate”.  

 

Alíria Aristides 5h1i38

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