///

Hidrovia Paraguai-Paraná – privatização a caminho com investimentos do governo federal em dragagens; como viabilizar a via se falta água? 1q216

3 minutos de leitura
Foto: Ahipar
  • Nos últimos 5 anos, o nível do rio Paraguai a partir de Ladário e Corumbá (MS) não permitiu o transporte de minério de ferro durante um acumulado de 31 meses;
  • O Pantanal mais preservado está em risco com os planos de dragagem e retilinização.

Segundo o jornal Correio do Estado, publicado em Campo Grande (MS), a Agência Nacional de Transportes Aquaviários (Antaq) colocou em andamento processo de concessão da Hidrovia Paraguai-Paraná até 2025. A iniciativa soma-se a outras concessões de outras hidrovias, como a do Rio Madeira, que liga Porto Velho (RO) a Itacoatiara (AM); a da lagoa Mirim (RS) – que fará a conexão entre o Brasil e o Uruguai – e da hidrovia Barra Norte (AP), na foz do rio Amazonas junto ao oceano Atlântico. 5b4b4g

Cada hidrovia terá uma modelagem para privatização quanto à cobrança de tarifa. No caso do Pantanal, certamente o Governo Federal arcaria com parte da tarifa. Outro fator a se considerar é que no Plano de Aceleração do Crescimento (PAC) estão previstos investimentos em intervenções no leito do rio Paraguai – intervenções destrutivas para o Pantanal, principalmente em suas áreas mais preservadas, como já extensivamente demonstrado pela Ecoa e outras organizações.

Em 31 meses dos últimos 5 anos, o nível do rio Paraguai a partir de Ladário e Corumbá (MS), região do Pantanal onde é extraído o minério de ferro a ser transportado pela hidrovia, não permitiu a mobilização das barcaças. Aqui surge uma questão: a ocorrência de períodos secos prolongados como o atual levará o governo a promover dragagens permanentemente, com altíssimos custos?
Vários outros aspectos devem ser analisados quanto à viabilidade da Hidrovia Paraguai-Paraná, dentre eles a própria viabilidade econômica, se confrontado com outros meios de transporte como a ferrovia Ferronorte, que atravessa a bacia do Pantanal na sua parte alta. Estariam outros interesses empurrando o empreendimento?

Outra questão são as incertezas trazidas pelas mudanças climáticas e eventos extremos, como a atual seca. Empreendimentos como a Hidrovia Paraguai-Paraná são de alto risco e, certamente, ao fim, os custos de sua manutenção com cada vez mais dragagens cairiam nas contas públicas.

Falta de navegabilidade no rio Paraguai afeta combate aos incêndios no Pantanal

Hidrovia Paraná Paraguai se mostra inviável economicamente no trecho brasileiro, mais especificamente no Pantanal

ecologiaeacao ggn

Deixe uma resposta Cancelar resposta 3v1h5y

Your email address will not be published.

Mais recente de Blog s1741

Chuvas na Argentina provocam inundações e evacuação de 3.000 pessoas 4v3s2u

Via Climainfo Tempestades também castigaram o litoral do Nordeste; no Recife, 80 imóveis foram interditados por

“PL da Devastação” tem dispositivos que contrariam decisões do STF 5k2s2n

Via Climainfo  Inconstitucionalidades incluídas na Câmara são mantidas nas comissões de Meio Ambiente e Agricultura do

Abelhas nativas no Pantanal 1f374s

Conheça as principais espécies de abelhas nativas encontradas no Pantanal!

Peixes nativos na parte alta do rio Paraná diminuíram de tamanho ao longo do tempo 3h6zp

Pesquisadores de universidades do Brasil, do Uruguai e da Inglaterra combinaram 21 anos de dados sobre

Mulheres que sonham e realizam: produção de farinha de jatobá no Ceppec, em Nioaque (MS) 6t2s3r

“Bom dia mulheres de luta, persistência, mulheres que sonham e realizam sonhos.” — Rosana Claudina (Preta).