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Eficiência energética é questão de sobrevivência para empresas 42833

5 minutos de leitura

Jornal do Tocantins  3w33o

Fernando Saliba*

 

O Brasil possui centenas de empreendimentos de geração de energia que entrarão em operação nos próximos anos, de modo a se preparar para o aumento de demanda e reforçar a segurança energética do País. O maior equilíbrio da matriz energética do Brasil com a construção de novas usinas é um dos pontos fundamentais para o mercado atingir uma relação mais igualitária entre oferta e demanda. Paralelamente, contudo, é possível um resultado igualmente relevante via implementação de projetos de eficiência energética, ou seja, pelo aproveitamento eficaz da energia já disponível.

Para garantir o fornecimento de energia no longo prazo, é importante que as duas frentes de atuação – aumento da oferta e consumo eficiente – sejam trabalhadas. No entanto, embora a eficiência energética já se configure como uma alternativa difundida em mercados desenvolvidos, como na Europa e nos EUA, no Brasil ainda há muito para se avançar.

O maior esforço a ser explorado se concentra nos setores de serviços, indústria e comércio. Devido a questões de escala e da natureza das áreas de negócio, que demandam grandes quantidades de energia nos processos produtivos e nas operações, naturalmente há um desperdício energético maior, embora também haja significativo espaço a ser explorado no mercado residencial.

O ambiente econômico desfavorável, marcado pela retração econômica, aceleração da inflação e aumento nas taxas de juros, pode desestimular muitos empresários a investir nesse momento. Entretanto, é justamente em períodos de crise em que a eficiência energética se faz necessária para as empresas, cujos gastos com energia podem superar o patamar de um milhão de reais por ano. Ao adotar um projeto de eficiência energética, a companhia aumenta a renda disponível para investimentos, por exemplo, tornando-a mais competitiva para quando houver a recuperação da atividade econômica. Desse modo, a eficiência energética é, sobretudo, uma questão de sobrevivência para as empresas.

Há diversos modelos de contratos disponíveis para demandar um projeto de eficiência energética, de modo que há farta gama de opções para atender a todos os perfis. O mais comum é o contrato de performance, no qual o cliente moderniza seus equipamentos sem realizar desembolsos e com o risco transferido à empresa responsável pelo projeto. Nesse contexto, é a contratada quem realiza todos os investimentos. O pagamento é feito com uma parcela da redução na conta de energia e, após quitado todo o valor estabelecido contratualmente, o cliente se beneficia com a redução integral da conta de energia.

Esse modelo foi colocado em prática, por exemplo, no Taubaté Shopping. Com a troca de equipamentos no sistema de iluminação e de força motriz, a EDP Brasil reduziu em cerca de 70% o consumo nas áreas em que o projeto de iluminação foi implementado e em 44% no sistema motriz, gerando uma economia anual ao cliente estimada em R$ 328,9 mil.

Há outros modelos que podem ser contratados pelos clientes. Entre eles está o B.O.T., destinado especialmente para projetos que envolvem operação e manutenção de equipamentos. A contratada se responsabiliza por construir e manter os equipamentos necessários para a eficiência energética, transferindo a titularidade dos equipamentos ao cliente no final de um prazo pré-estabelecido. Semelhante ao contrato de performance, o pagamento é realizado via redução no consumo de energia.

Além do claro benefício econômico às empresas que optam por implementar projetos de eficiência energética, toda a sociedade se beneficia com as melhores práticas sustentáveis. Afinal, ainda mais ecologicamente responsável do que produzir energia a partir de fontes limpas é, simplesmente, reduzir o consumo.

* Fernando Saliba é diretor da EDP Comercialização e Soluções de energia, área responsável por projetos de eficiência energética da EDP Brasil.

 

Ecoa 37h3q

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