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Conflitos por terra crescem mais de 300% na região do MATOPIBA 4o4x1o

3 minutos de leitura
Helen Lopes

Via Sem Cerrado 1d373t

 

A Comissão Pastoral da Terra (T) – uma das organizações promotoras da Campanha Nacional em Defesa do Cerrado, divulgou nesta segunda-feira (17.04) dados referentes aos Conflitos no Campo em 2016. Os dados chamam a atenção pelo aumento da violência: foram 1.295 conflitos por terra em 2016, destes, 1.079 houveram alguma forma de violência – esse é o número mais elevado desde que a T inicou a sistematização dos dados, em 1985.

No Tocantins, os conflitos por terra aumentaram 313% em comparação com o ano anterior. De 24 ocorrências em 2015, aram para 99 em 2016. O estado está na nova fronteira de expansão do capital, conhecida como MATOPIBA – um projeto de desenvolvimento do agronegócio que avança sobre o Cerrado, nos estado do Maranhão, Tocantins, Piauí e Bahia.

O Cerrado é a “principal área de expansão/invasão do agronegócio, detém 14,9% da população rural do país, mas registrou 24,1% do total das localidades envolvidas em conflitos, o que lhes dá um índice de 1.67%, ou seja, o número de conflitos é relativamente maior (67%) do que sua população”, analisa o professor da Universidade Federal Fluminense (UFF), Carlos Walter Porto-Gonçalves, em texto no relatório divulgado pela T.

Conflitos pela água quase triplicam em seis anos

Em 2016 foram 172 conflitos pela água, 27% a mais que em 2015 – o maior número desde 2002, quando se iniciou o registro em separado dos conflitos pela água. Os números aram de 28.058 mil famílias envolvidas em 69 conflitos (2011) para 44.471 mil famílias em 172 conflitos (2016). Só na região do MATOPIBA foram 35 conflitos.

Desde 2011 os conflitos pela água não param de crescer, como podemos visualizar no gráfico abaixo:

 

Sem-título

 

São considerados “Conflitos pela Água” ações de resistência, em geral coletivas, que visam garantir o uso e a preservação das águas, contra a apropriação privada dos recursos hídricos, contra a cobrança do uso da água no campo, e de luta contra a construção de barragens e açudes. Este último envolve os atingidos por barragens, que lutam pelo seu território, do qual são expropriados.

Todos os dados estão disponíveis no site da T, e aqui.

*Texto elaborado com informações da assessoria de Comunicação da Comissão Pastoral da Terra.

Ecoa 37h3q

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