//

Avança projeto que fragiliza o licenciamento de obras estratégicas 3141b

5 minutos de leitura
Foto: Edilson Rodrigues/Agência Senado.

A Comissão Especial de Desenvolvimento Nacional aprovou na manhã de quarta-feira (25) o projeto de Romero Jucá que acelera a liberação de licenças ambientais para grandes empreendimentos de infraestrutura. A proposta foi aprovada por 7 votos a 2. 716gs

Trata-se do Projeto de Lei do Senado (PLS) 654/2015, que integra a chamada Agenda Brasil — um pacote com 27 propostas com o objetivo de estancar a crise política e estimular o crescimento da economia. Um dos pontos da chamada Agenda Brasil era justamente adotar um prazo para concessão de licenças ambientais para obras do PAC e dos programas de concessão de serviços públicos. O projeto de lei do senador Jucá vem atender a essa proposta para obras de infraestrutura considerados estratégicos e de interesse nacional.

O projeto define 230 dias como tempo máximo entre o pedido do empreendedor e a emissão de licenças ambientais feita pelo órgão licenciador para obras de infraestrutura considerados estratégicos e de interesse nacional. Se o órgão não se manifestar até o vencimento do prazo, a licença é aprovada automaticamente.

“O projeto não tira direito de nenhum órgão de dar seu parecer ou sua manifestação. O que se propõe são prazos para que isso aconteça”, justificou Jucá, que afirmou que em média um licenciamento demora 5 anos para ficar pronto no país.

A queixa com a demora do licenciamento é comum no setor empresarial e ganhou força esse ano. Até a presidente Dilma declarou que o licenciamento deveria ter prazo-limite.

Mudanças

O projeto sofreu algumas modificações na Comissão Especial de Desenvolvimento Nacional. A primeira delas foi a retirada da categoria exploração de recursos minerais na lista de projetos prioritários e estratégicos que terão direito ao licenciamento flexibilizado. Essa categoria, que engloba extração de minério, foi retirada a pedido do próprio autor do projeto, Romero Jucá (PMDB-RR) e acatada pelo relator Blairo Maggi (PR-MT).

A lista dos projetos considerados prioritários que terão o licenciamento facilitado não é pequena: obras e empreendimentos dos sistemas: viário, hidroviário, ferroviário e aeroviário; portos e instalações portuárias; energia e telecomunicações vão ser analisados rapidamente. Para esses empreendimentos, sai a exigência das três etapas do licenciamento ambiental (licenças prévia, de instalação e de operação) e fica a exigência de duas licenças: uma licença que valerá pelas licenças prévia e de instalação mais a licença de operação, todas elas aprovada por um comitê específico. No texto original, o projeto previa apenas uma licença única, que substituiria as três etapas. Isso foi modificado nesta comissão.

O comitê que analisará todas as licenças será coordenado pelo órgão licenciador e dele farão parte os órgãos e entidades públicas envolvidas no licenciamento ambiental, os chamados órgãos auxiliares, como a FUNAI (que participa de licenciamento que envolva ou atinja terras indígenas) e o ICMBio (em caso de licenciamento que envolva unidades de conservação federais).

“O projeto diz que o descumprimento de prazos implica a aquiescência ao processo de licenciamento. Aqui, abre uma porta para que, com qualquer ineficiência de um dos órgãos, o projeto seja aprovado mesmo que seja nocivo ao meio ambiente”, criticou o senador Cristovam Buarque (PDT-DF), que votou contra o projeto.

Já o relator, senador Blairo Maggi (PR-MT), argumentou que o rito do licenciamento ambiental freia o desenvolvimento brasileiro.

Fonte: O Eco

thaiany 4x293j

Deixe uma resposta Cancelar resposta 3v1h5y

Your email address will not be published.

Mais recente de Blog s1741

O ‘Legado’ das Cinzas’: estudo mostra efeitos dos incêndios no Pantanal brasileiro através de testes toxicológicos das cinzas 3g5s4y

Em 2020, o Pantanal brasileiro sofreu incêndios devastadores, os quais levaram a levaram a destruição de

A Ecoa manifesta total solidariedade à ministra do Meio Ambiente Marina Silva diante das agressões de senadores na Comissão de Infraestrutura do Senado, à qual foi convidada a tratar da criação de áreas de conservação na região Norte. Marina deixou a sessão após ser alvo de declarações de senadores consideradas machistas e ofensivas. 1j4p16

As onças no Pantanal e as crises hídrico-climáticas 302w28

Alcides Faria Biólogo e diretor da Ecoa. Revisado por Fernanda Cano e André Siqueira.   –

Fumaça de incêndios invade casas, e proteção global custaria bilhões 1w334o

Mesmo dentro de casa, a fumaça tóxica de incêndios florestais pode ser perigosa. Um estudo publicado

Legalidade de megadesmates no Pantanal avança para julgamento no STJ 5pm20

Legalidade de licenças para megadesmates no Pantanal Sul pode ser avaliada em breve no STJ; Ministério