Em Miranda (MS) – região de transição entre Cerrado e Pantanal – a força do grupo de mulheres do Assentamento Bandeirantes tem ganhado visibilidade dentro e fora do estado. A atuação da Associação de Produtores do Assentamento Bandeirantes (APAB) com a apicultura foi recentemente destaque na mídia regional, em matéria assinada pelo jornalista Aureo Audi, da Gazeta do Pantanal. O texto mostra como a produção de mel, especialmente o mel de aroeira — conhecido pela cor âmbar escura e propriedades medicinais — tem se tornado uma importante fonte de renda, autonomia e conservação ambiental para as mulheres do assentamento.
Dez anos de organização e protagonismo

A APAB integra a rede CerraPan (Rede de Mulheres Produtoras do Cerrado e Pantanal), criada em 2015 com apoio da Ecoa, e vem consolidando seu protagonismo ao longo da última década. Para Nathalia Ziolkowski, presidenta da Ecoa e coordenadora da agenda de gênero e conservação da instituição, a associação é um exemplo de organização e compromisso com a produção sustentável:
“A APAB é uma organização produtiva, que participa e integra a CerraPan desde a sua fundação. Há dez anos, elas estão lá. Um grupo muito comprometido com a atividade produtiva do mel e com uma produção de excelência”.
Com apoio da Ecoa desde 2015, as apicultoras da APAB contam com e técnico e doação de equipamentos para o manejo das abelhas. A produção acontece duas vezes ao ano, e parte do mel já chegou até o mercado internacional, com vendas para a Suíça.
Para Nathalia, dar visibilidade esse esforço é fundamental, para fortalecer e expandir uma produção tão emblemática. Ela explica que Miranda tem uma produção significativa, com grupos organizados em assentamentos e comunidades tradicionais. “Ainda assim, o município não possui infraestrutura que comporte a capacidade de mel que é produzida, principalmente em relação a selos e certificações que permitam a inserção no mercado formal. Essa é uma luta das mulheres da APAB e também da Ecoa.”