////

Estudo publicado na revista Nature relaciona secas severas a isolamento de comunidades amazônicas 6652k

5 minutos de leitura
Secas na Amazônia dificultam a locomoção e o transporte de bens (Imagem: Edmar Barros/Agência Pública)

Autores da pesquisa: 50296y

Um artigo científico publicado pela revista Nature no último dia 12 traz uma análise dos impactos que secas na região amazônica registradas entre os anos 2000 e 2020 sobre os níveis dos rios e, consequentemente, as populações ribeirinhas.

Intitulado Severe droughts reduce river navigability and isolate communities in the Brazilian Amazon (Secas severas reduzem navegabilidade de rios e isolam comunidades na Amazônia brasileira, em inglês), o texto se encontra na edição 5 da publicação Communications Earth & Environment e foi desenvolvido por pesquisadores brasileiros que atuam principalmente na Universidade Federal de Minas Gerais.

LEIA TAMBÉM: Pesquisa inédita de membros da Ecoa revela a relação entre incêndios e doenças respiratórias no Pantanal 3u6y2s

O trabalho foca nos períodos de estiagem que vêm afetando a região – e tendem a piorar com as mudanças climáticas –, ao mesmo tempo que analisa como suas consequências foram trabalhadas por veículos de notícia digitais.

Constatou-se que nas secas de 2005, 2010 e 2016, consideradas as mais agudas, a população conviveu com mais de um mês de níveis muito baixos de água além daquilo que já era esperado de acordo com as médias históricas; por conta disso, o o a bens e serviços essenciais, como alimentos, combustível, medicamentos, saúde e educação, ficou limitado.

População afetada s3621

Segundo os autores, a Bacia do Rio Amazonas cobre uma área total de cerca de 7 milhões de km²; a porção brasileira dessa região abriga 3.259 assentamentos rurais remotos, 251 cidades (incluindo cinco capitais) e 2.521 aldeias indígenas, o que ajuda a entender a proporção do problema.

Além do completo isolamento de algumas comunidades, que pode durar de semanas a meses, as secas reduzem as fontes de proteína dessas famílias, em razão da redução da qualidade da água, e dificultam a geração de renda por meio da pesca.

Repercussão na imprensa 5n15j

Foram identificados 70 notícias produzidas sobre o assunto no período de 20 anos analisado. Entre as 142 declarações sobre os efeitos da seca, destacam-se queixas relacionadas a atividades econômicas – transporte de pessoas e de carga, em especial –, erosão ao longo das margens dos rios e aumento no número de incêndios.

LEIA TAMBÉM: Paisagem Modelo Pantanal é espaço de estudos e ciência 3y5h22

As restrições logísticas para locomoção na região causaram aumento de preços no comércio de grãos e no fornecimento de mandioca, nozes, frutas e peixes realizado por áreas rurais remotas. Houve ainda registros de comunidades que não estão conectadas à rede elétrica e que ficaram sem energia pelo fato de dependerem de combustíveis fósseis para abastecer seus geradores.

A falta de o a água potável também é relatada nas matérias, principalmente por famílias que utilizam bombas para puxar água de poços. Consequentemente, houve um surto de rotavírus em 2005 e aumento de internações hospitalares no estado do Acre, seja por doenças transmitidas por água contaminada ou problemas respiratórios decorrentes da poluição do ar que as queimadas geraram.

A conclusão dos cientistas é que países amazônicos devem desenvolver estratégias de longo prazo para mitigação, adaptação e resposta a desastres.

O artigo completo pode ser ado clicando aqui.

ecologiaeacao ggn

Deixe uma resposta Cancelar resposta 3v1h5y

Your email address will not be published.

Mais recente de Blog s1741

As onças no Pantanal e as crises hídrico-climáticas 302w28

Alcides Faria Biólogo e diretor da Ecoa. Revisado por Fernanda Cano e André Siqueira.   –

Fumaça de incêndios invade casas, e proteção global custaria bilhões 1w334o

Mesmo dentro de casa, a fumaça tóxica de incêndios florestais pode ser perigosa. Um estudo publicado

Legalidade de megadesmates no Pantanal avança para julgamento no STJ 5pm20

Legalidade de licenças para megadesmates no Pantanal Sul pode ser avaliada em breve no STJ; Ministério

André Nunes, diretor da Ecoa, representa o Pantanal em Fórum Global no Canadá – Conheça os destaques! 252t

O diretor da Ecoa André Nunes e Luciana Vicente (coordenadores da Paisagem Modelo Pantanal) estão representando

“Foi um prazer conhecer tantas histórias de dedicação que essas mulheres tem com o Cerrado. A maioria das inscritas estava plenamente apta a participar desse programa, o que tornou mais difícil a seleção (…). Por isso, trabalhamos também pelo aumento de vagas disponíveis para receber mais mulheres nessa jornada que se inicia a partir de agora e que esperamos que seja o semear de um Cerrado mais forte, mais equitativo e justo para as mulheres pelo Cerrado”. – Nathalia Ziolkowski, presidenta da Ecoa, sobre a divulgação das selecionadas para o Curso de Formação de Mulheres Líderes do Cerrado 666249

“A publicação deste resultado é uma grande alegria e sua divulgação hoje deriva do trabalho intenso