Diário da crise hídrica – 2 a 9 de dezembro de 2021 – Chove pouco em São Paulo, Cantareira, a crise e a produção agrícola e mais 6pp6j

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9 dez. 2021 166917

Condições climáticas derrubam previsão de produção de cana

A previsão de produção de cana na região que chamam de Centro-Sul – na verdade engloba principalmente a unidade ambiental bacia do Paraná – caíram de 605 milhões de toneladas para 520 milhões – 14% a menos. Tal resultado é apontado tendo como causas a menor quantidade de chuvas, as geadas do inverno ado e o fogo nos canaviais. A informação é da Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar).

Das 85 milhões de toneladas de cana a menos, 55 milhões são de São Paulo.

As adversidades climáticas fizeram a previsão inicial de safra para o centro-sul do país cair de 605 milhões de toneladas para 520 milhões, ou 14%, com predominância do recuo em São Paulo, conforme a Unica (União da Indústria de Cana-de-Açúcar).
A Folha de São Paulo informa que no total, 150 usinas já terminaram a produção até outubro, “muitas com reduções superiores a 20% na moagem de cana. Sete em cada dez delas são de São Paulo”.

No acumulado da safra, a produção de açúcar alcançou, também até a primeira quinzena do mês, 30,35 milhões de toneladas, ante 34,68 milhões de toneladas no mesmo período da safra ada, o que representa queda de 12,49%.

A produção de etanol, por sua vez, totalizou 24,03 bilhões de litros, com cenários diferentes. Enquanto do hidratado (vendido nos postos) foram produzidos 14,55 bilhões de litros (queda de 17,93%), do anidro (misturado à gasolina antes da comercialização) a produção chegou a 9,48 bilhões, com alta de 19,86%.

Com o cenário climático, houve redução de oferta de ATR (Açúcar Total Recuperável), que é a soma dos açúcares da planta, de 15%.

 

9 dez. 2021

Governo define MP de socorro ao setor elétrico com bilhões para pagar térmicas (Climainfo)

O governo publicará uma MP para negociar um empréstimo de R$ 13 bilhões junto a bancos para atenuar o impacto da crise hídrica nas contas das distribuidoras. Os recursos servirão para pagar a geração fóssil e os programas de redução da demanda lançados pelo governo em agosto.

Além dessas despesas que devem terminar no ano que vem, há uma conta de R$ 10 bilhões por ano até 2025 para cobrir o recente leilão de emergência, quando foram contratadas mais térmicas.

Esses bilhões todos serão pagos pelos consumidores e se somam ao financiamento de mais de R$ 14 bilhões que o governo tomou no ano ado para socorrer o setor durante a pandemia. O empréstimo do ano ado somado ao de agora, segundo um analista ouvido pelo Valor, coloca o setor “no crédito rotativo do cheque especial” porque não haveria espaço para outras operações de menor custo.

Já os aspectos físico-climáticos da atual crise hídrica foram analisados em um artigo que acabou de sair na Nature. “Para evitar quebras de safras e o aumento dos custos de energia, o Brasil precisa diversificar as fontes, monitorar a umidade do solo, modelar a dinâmica hidroclimática local e tratar a água como uma prioridade de segurança nacional”, avisam pesquisadores brasileiros logo depois do título.
A mudança climática global e o desmatamento da Amazônia são as principais causas, já que reduzem a quantidade de água transportada pelos rios voadores que nascem na Amazônia e irrigam boa parte do Centro-Oeste e do Sudeste.

Tão ou mais importante do que essas causas naturais, eles dizem que “o fracasso em tratar a água como um recurso nacional essencial levou o Brasil a uma longa história de má gestão”.

 

8 nov. 2021

Chuvas menores que o esperado para essa época afeta plantações. Indicativo de crise mais grave em 2022?
O impacto climático nas rotas do milho nacional
Climainfo.

Uma matéria do Valor comenta uma pesquisa recente mostrando que o fluxo de comercialização do milho no país mudou nos últimos anos. Por uma sucessão de colheitas fracas em alguns estados produtores importantes, o mercado interno está absorvendo parte do que antes era exportado. Criadores de São Paulo, Paraná e Santa Catarina estão sendo abastecidos pelos Mato Grossos, antes grandes exportadores. Uma safra fraca no Maranhão fez a produção da Bahia ir para Pernambuco, ao invés de ir para o Triângulo Mineiro. Tais mudanças deveriam fazer parte de um programa de adaptação, se houvesse um realmente debruçado sobre os impactos da mudança climática.

Por falar em milho, o La Niña que voltou neste ano já está afetando a cultura no Rio Grande do Sul. Choveu em setembro e, de lá para cá, houve precipitação pouca e dispersa, e a previsão é que continuará assim. A colheita de milho corre o risco de ser afetada. Celso Oliveira, da Climatempo, conversou com o Valor e disse que “o que preocupa é que o milho vai entrar em florada, período em que ele mais necessita de água, e não enxergamos um cenário com chuvas regulares nos próximos 15 dias.” A lavoura da soja no estado não foi afetada.

Em tempo: O país vem se desindustrializando neste século por obra e graça da sobrecapacidade da indústria chinesa na indústria de base e outros setores e pelas gestões capengas da economia nacional. Ontem, a CNI entregou ao presidente 44 propostas para recuperar o setor e gerar empregos. Dentre elas, segundo contam o Valor e a CNN, a implantação de um mercado regulado de carbono. Ricardo Salles foi contra e, até durante a COP, Joaquim Leite também. Talvez, agora, o governo pare de atrapalhar. O presidente da CNI, Robson Andrade, cita os exemplos de China e Coreia do Sul ao dizer que o país “não pode abrir mão do papel do governo como indutor do investimento privado”.

 

7 dez. 2021

A crise da água e a produção agrícola no Valor Econômico.

– “É preciso considerar que o agro sofreu um choque climático sem paralelo nos últimos tempos”

Em certa medida mascarados, de janeiro a junho, pelo bom desempenho da soja, os problemas climáticos prejudicaram sobretudo milho, algodão, cana, café e laranja, culturas cujas colheitas têm forte peso no PIB entre julho e setembro. E os reflexos negativos certamente serão notados também no resultado deste quarto trimestre, período em que cana, café (22,4%), seguida por algodão (17,5%), milho (16%), laranja (13,8%) e cana (7,6%).

“É preciso considerar que o agro sofreu um choque climático sem paralelo nos últimos tempos. É efeito da natureza. Se o agro tivesse ficado em zero, o crescimento do PIB teria sido de 0,3% no trimestre”, avaliou Adolfo Sachsida, secretário de Política Econômica. E o buraco na agricultura poderia até ter sido até mais profundo no período.

 

7 dez. 2021

A crise da água na cidade de São Paulo – alguns trechos de texto do UOL.

Enquanto a falta de água incomoda nos bairros de classe média, na periferia o problema é mais grave: o banho é de caneca, os banheiros cheiram mal e a louça acumula sobre a pia.

Enquanto a falta de água incomoda nos bairros de classe média, na periferia o problema é mais grave: o banho é de caneca, os banheiros cheiram mal e a louça acumula sobre a pia.

Moradora o Jardim Promissão, em Santo Amaro, zona sul, a analista de cuidados em saúde, Elaine Andressa Veiga, 41, conta que desde o dia 23 de setembro a água é cortada ou tem seu volume diminuído a partir das 20h, uma hora antes do prometido. Como seu chuveiro não está ligado à caixa d’água, Elaine precisa improvisar o banho quando chega do trabalho.
“Simplesmente tenho que tomar banho no tanque com uma toalha úmida e rezar para no outro dia, a partir das 6 da manhã, quando o serviço é normalizado, eu consiga tomar um banho decente”

Sobre a empresa da água, a Sabesp: “Todos os canais de relacionamento estão só com atendimento eletrônico; não consegui falar com nenhum representante.” Elaine Andressa Veiga, analista de cuidados em saúde

 

6 dez. 2021

O Cantareira é o maior reservatório da rede paulista e abastece cerca de 7,5 milhões de pessoas todos os dias — 46% da população da Grande São Paulo —, segundo a Ana (Agência Nacional de Águas), o órgão que regula o setor. O sistema leva água para as zonas Norte e Central e parte das zonas Leste e Oeste da capital, além das cidades de Franco da Rocha, Francisco Morato, Caieiras, Osasco, Carapicuíba e São Caetano do Sul. O reservatório engloba, também, parte dos municípios de Guarulhos, Barueri, Taboão da Serra e Santo André. Fora o Cantareira, o sistema de abastecimento de água no estado conta com os sistemas Alto Tietê, Guarapiranga, Cotia, Rio Grande, Rio Claro e São Lourenço – veja mais aqui.

 

6 dez. 2021

Chuvas poucas em São Paulo. Grande São Paulo sob risco em 2022?

Com chuva abaixo da média histórica para o mês de novembro, o sistema Cantareira, responsável pelo abastecimento de água da Região Metropolitana de São Paulo, começa dezembro ainda em estado de restrição. A Sabesp (Companhia de Saneamento Básico do Estado de São Paulo) nega risco de desabastecimento.

O Cantareira também está com a capacidade abaixo do ideal, de 40%. Os dados da Sabesp no dia 6/12 mostravam que o reservatório está com 25,8% de sua capacidade. O normal é um nível igual ou maior que 60%.
O Cantareira é o maior reservatório da rede paulista e abastece cerca de 7,5 milhões de pessoas todos os dias — 46% da população da Grande São Paulo —, segundo a Ana (Agência Nacional de Águas), o órgão que regula o setor. O sistema leva água para as zonas Norte e Central e parte das zonas Leste e Oeste da capital, além das cidades de Franco da Rocha, Francisco Morato, Caieiras, Osasco, Carapicuíba e São Caetano do Sul.

O reservatório engloba, também, parte dos municípios de Guarulhos, Barueri, Taboão da Serra e Santo André.
Fora o Cantareira, o sistema de abastecimento de água no estado conta com os sistemas Alto Tietê, Guarapiranga, Cotia, Rio Grande, Rio Claro e São Lourenço.

(Fonte de informações UOL)

 

2 dez. 2021

“A falta de chuvas que afetou o campo do segundo semestre de 2020 até o início desta Primavera derrubou o Produto Interno Bruto (PIB) da agropecuária brasileira no terceiro trimestre. Segundo dados divulgados nesta quinta-feira pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a queda em relação ao segundo trimestre foi de 8%, e na comparação com o terceiro trimestre do ano hove uma retração de 9%.” (Valor)

Luiza p3m1

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